segunda-feira, dezembro 08, 2008

A farsa de um mito ambientalista

Numa versão de Santa Catarina cultivada pelo Governo Estadual e setor produtivo, a natureza preservada em minifúndios justificaria uma legislação ambiental própria, sem os rigores do Código Florestal. Este mito de equidade aliado à conservação ambiental foi soterrado com vítimas das chuvas. Os números estavam longe de 120 mortos, 35 desaparecidos e 33mil desabrigados, quando o perplexo Governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) anunciava a “maior tragédia da história de Santa Catarina”.

A degradação ambiental à tona impediu temporariamente a aprovação do Projeto de Lei Estadual 238/2008, que institui o Código do Meio Ambiente Estadual, associado à expansão de ameaças ao ambiente e riscos à população. O pior seria evitado se não fosse a imprevidência. Mas o Estado liderou o desmatamento no Brasil com 45,5 mil hectares de Mata Atlântica perdidos entre 2000 e 2005, falcatruas no licenciamento ambiental alvo da Operação Moeda Verde da Polícia Federal. Na área afetada pelas chuvas, a criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí foi barrada na justiça pelo Governo Estadual.

A imagem da terra pacata, rica e verde debaixo d’água chocou o Brasil. Rapidamente o Governo Federal anunciou surpreendentes R$ 1,6 bilhões em auxílio enquanto as doações chegaram a quase R$ 20 milhões de reais. Para gastar o dinheiro Luiz Henrique da Silveira formou o grupo “Reação à Calamidade”. Resignificando o problema: uma “Secretaria Extraordinária de Reconstrução” seria demais, passaria a “falsa idéia de que o Estado está destruído”.

Foram feitos exageros, disse a secretária adjunta de turismo de Florianópolis Daniela Seco, sobre os efeitos da chuva. Hotéis e praias foram preservados. Então a imagem de destruição foi útil para pedir socorro, mas agora precisa ser descontruída. A insalubridade afugenta o turista. Embora aumentem casos de leptospirose, crateras nas estradas - nem se cogita o risco de novas chuvas - uma crise no turismo afetaria os empregos temporários durante o verão, fazendo sofrer duplamente os afetados pelas chuvas.

Mas não se pode culpar a natureza por uma crise no turismo, nem que atores sociais sejam estimulados a esquecer que a degradação ambiental foi a causa do problema por falta de opção econômica. Que a missão do Grupo seja mais do que a Reconstrução de mitos, mas promova a inclusão social com sustentabilidade.

1 comentário:

Flora Neves disse...

HEHE meu nome é Flora sim! Pois desde pequena fui criada para defender a natureza, já nasci em meio a ela!
Mas enfim, adorei teu blog e acho que todos as suas colocações sobre o que está acontecendo com o estado muito pertinentes!
Acredito sim, que tudo que está ocorrendo é uma consequencia da forma como viemos lidando com a natureza ao longo de anos! São os frutos que nos mesmo colhemos e cada vez mais estão amadurecendo, infezmente esses são os resultados!
Mas tenho fé que as pessoas de bem, recebam este alerta da natureza como um aviso de que algo deve ser feito e mudado nas nossas relações com ela, caso contrário não teremos mais porque ter experanças!
Peço que assine e divulgue tbm nosso abaixo assinado pedindo anulação do Projeto de Lei nº 347.3/08 que reavalia e define os atuais limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e institui o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu... este tema deve deve ser discutidos por nos catarinenses, pois está é a maior Unidade de COnservação Integral do Estado e está correndo serios riscos! Por favor, vou te encaminhar um email, divulgue este assunto!
Saudações e fico muito feliz de saber que você está nessa empreitada pela defesa do nosso meio ambiente!HHEHEHE
Abraço, Flora(*_*).